Animismo

Animismo

Mas o que seria o animismo e como poderíamos abordá-lo em nossa casa sem que este assunto venha a se tornar um tabu ou dogma religioso?


Vamos começar a entender um pouco mais deste processo.


No espiritismo, o animismo é considerado um fenômeno produzido involuntariamente pelo próprio médium encarnado, que durante uma sessão não estaria necessariamente manifestando uma entidade ou espírito, mas tão somente a expansão de seu perispírito e de sua alma.


Em nossa casa entendemos que a incorporação de um espírito é a manifestação plena de uma entidade espiritual em um corpo físico, onde esta entidade assume as ações do corpo físico em comum acordo com o seu médium.


O animismo seria uma manifestação não plena, ou talvez só parcial, onde existe uma manifestação mediúnica, porém com intervenções do próprio médium durante o processo. Seria como se o médium não abrisse mão do controle do próprio corpo na incorporação, e com isso suprimisse a manifestação, projetando seus desejos íntimos de forma a sobrepor a real manifestação mediúnica.


Para que fique melhor entendido, imaginem um médium recém chegado a religião, que ainda está desenvolvendo a sua mediunidade dentro de um terreiro. Por algum tempo este médium observou toda a corrente mediúnica trabalhar incorporando os guias espirituais, e assim este foi averiguando como isso transcorria de forma física. Quando enfim chega a hora deste médium começar a trabalhar incorporado com os seus guias, por já ter gravado em sua memória a forma de incorporação que os médiuns mais antigos tinham, e principalmente a do seu dirigente espiritual, ele automaticamente cria um bloqueio mental onde ele entende que “esta é a forma certa, igual ao dos médiuns antigos e do dirigente”, e dessa forma acaba bloqueando parcialmente a manifestação de seu guia, passando a frente em sua forma de manifestação.


Entendemos que o guia espiritual está presente junto a esse médium, porém este ainda não está plenamente manifestado, pois o que assumiu a forma na manifestação foi somente o padrão já instalado no mental do médium. E isso é o que distingue o animismo da mistificação.


O animismo faz parte do processo da comunicação mediúnica.

E se o médium continua naquele propósito de fazer a caridade, de ajudar ao próximo, ele vai perceber, com o passar do tempo, que aquele animismo inicial vai sendo substituído, gradativamente, por uma comunicação mais elevada dos próprios mentores que vão estar auxiliando-o nesse processo.


Concluindo, o animismo na Umbanda é a manifestação do desejo do médium a frente do seu guia espiritual, onde assim atravessa o processo de incorporação colocando seus desejos em evidência. Ele pode ser algo sutil, ou mesmo ser a válvula de escape dos sentimentos e dos desejos.


Então, o animismo, principalmente do médium que está em desenvolvimento, não deve ser, em hipótese alguma condenado.


Todo o médium umbandista deve se atentar ao seu emocional, procurar manter o equilíbrio em sua vida e sempre refletir sobre suas ações, mesmo que aparentemente sejam benéficas.


E principalmente nos trabalhos espirituais, a incorporação deve ser um ato de entrega, de abertura para que uma entidade superior utilize nossa matéria para o nosso bem, para o nosso aprendizado e para o auxílio de todos.


Lembre-se de que as práticas podem variar entre diferentes casas e tradições, sendo recomendável buscar orientação específica para uma compreensão mais profunda e precisa.