Entidades da Umbanda
Orixás
Os orixás são divindades da mitologia africana iorubá representados pela natureza, que se popularizaram no Brasil com as religiões de matriz africana Umbanda e Candomblé.
Dividem-se em dois grupos: os aborós ou orixás masculinos, e as aiabás ou orixás femininas.
Quase todos encarnaram como humanos que se tornaram orixás pelos seus feitos extraordinários e sabedoria durante a vida, ou porque teriam nascido com poderes sobrenaturais e podiam controlar a natureza, como: raios, chuvas, rios, fogo, vento, árvores, minérios e o controle de ofícios das condições humanas, como: agricultura, pesca, metalurgia, guerra, maternidade e saúde.
Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, com à imposição do catolicismo aos negros, cada orixá foi associado a um santo católico, para manterem os orixás vivos e não perder seu direito ao culto. Pois foram obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
Entidades da Umbanda
Na Umbanda, Orixás não incorporam, nosso corpo não aguentaria uma energia tão grande quanto a deles. Por isso existem as falanges e seus falangeiros.
Falanges na Umbanda são agrupamentos de espíritos que trabalham para determinado Orixá.
Como não podemos incorporar esses Orixás, incorporamos suas falanges e falangeiros.
Os umbandistas acreditam que os orixás e as entidades ancestrais habitam outro plano de existência.
Nos terreiros de umbanda cultuamos:
Oxalá: É a maior e mais importante representação na Umbanda, é o criador da humanidade. Seu símbolo é o globo terrestre e a pomba branca. Sua cor é o branco que representa a paz, o amor, a bondade, a limpeza, a pureza espiritual, enfim, tudo o que pode indicar positividade. A sua qualidade é a sabedoria. Sua saudação é: Épa Babá. Seu dia na semana é a Sexta-feira. No sincretismo é identificado com Jesus Cristo. Sua comemoração é no dia 25/12.
Ibeijada: As Crianças na Umbanda são entidades infantis que simbolizam a pureza, a alegria e a inocência. Elas atuam como mensageiras e trazem conselhos e ensinamentos. Sua regência está ligada a infância. Suas cores são o azul, o rosa e o verde. Sua saudação é: Oni Ibeijada. Seu dia na semana é o Domingo. No sincretismo é identificado com São Cosme e São Damião. Sua comemoração é no dia 27/09.
Oxóssi: É a representação da caça, identificado com as matas, os animais e as plantas. É ligado também ao conhecimento. Seu símbolo é o arco e flecha. Sua cor é o verde. Sua saudação é: Okê Arô ou Okê Oxóssi. Seu dia na semana é a Quinta-feira. No sincretismo é identificado com São Sebastião. Sua comemoração é no dia 20/01.
Xangô: É a representação da justiça e do trovão. Seu símbolo é o machado. Sua cor é o marrom. Sua saudação é: Kaô Kabecilê. Seu dia na semana é a Quarta-feira. No sincretismo é identificado com São João Batista, São Pedro, São Jerônimo e São Judas Tadeu. Suas comemorações são nos dias 24/06, 29/06, 30/09 e 28/10.
Iemanjá: É a representação das águas salgadas, é a Rainha do Mar. Suas cores são o azul claro e o branco. Sua saudação é: Odó iyá. Seu dia na semana é o Sábado. No sincretismo é identificada com Nossa Senhora dos Navegantes. Sua comemoração é no dia 02/02.
Ogum: É a representação da luta e do trabalho, associado a metalurgia “ferro”. Conhecido pela sua coragem e força. Seu símbolo é a espada. Suas cores são o azul e o verde. Sua saudação é: Ogunhê. Seu dia na semana é a Terça-feira. No sincretismo é identificado com São Jorge. Sua comemoração é no dia 23/04.
Oxum: É a representação das águas doces, associada à maternidade, à fertilidade, à beleza e ao amor. Dona dos rios e cachoeiras. Seu símbolo é o ouro. Sua cor é o azul. Sua saudação é: Ora yê yê ô. Seu dia na semana é o Sábado. No sincretismo é identificada com Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora de Aparecida. Suas comemorações são nos dias 12/10 e 08/12.
Iansã: É a representação dos raios, tempestades, trovões e vendavais. Seu símbolo é o raio. Suas cores são o vermelho e marrom. Sua saudação é: Epahey Oyá. Seu dia na semana é a Quarta-feira. No sincretismo é identificada com Santa Bárbara. Sua comemoração é no dia 04/12.
Nanã: É a mais velha de todos. Representa a maternidade, a vida e a morte. É relacionada com a origem do homem na Terra. O seu domínio tem a ver com as águas paradas, os pântanos e a terra úmida. Seu símbolo é o ibiri. Suas cores são o roxo e o lilás. Sua saudação é: Saluba Nanã. Seu dia na semana é o Sábado. No sincretismo é identificada com Nossa Senhora de Sant’Ana. Sua comemoração é no dia 26/07.
Obaluaê/Omulu: É a representação da vida e da morte e deus da medicina. Tem a cura em todos os aspectos, da terra, do respeito aos mais velhos e protetor da saúde. Seu símbolo é o xaxará. Suas cores são o preto, vermelho e o branco. Sua saudação é: Atotô. Seu dia na semana é a Segunda-feira. No sincretismo é identificado com São Roque e São Lázaro. Suas comemorações são nos dias 16/08 e 17/12.
Exu: É o mensageiro, dono das encruzilhadas e guardião das entradas. Seus símbolos são o tridente ou o ogó (bastão de madeira). Suas cores são o vermelho e o preto. Sua saudação é: Laroyê Exu. Seu dia na semana é a Segunda-feira. No sincretismo é identificado com Santo Antônio. Sua comemoração é no dia 13/06.
Pombagiras: São os exus femininos. Associadas à sedução, à força feminina e à liberdade. São entidades protetoras das mulheres e representam a não submissão ao masculino. Suas cores são o vermelho e o preto. Sua saudação é: Laroyê Exu. Seu dia na semana é a Segunda-feira. Sua comemoração é no dia 13/06.
Pretos-velhos: São espíritos de negros escravizados, os pretos-velhos são divindades puras, sábias e pacientes. Seu símbolo é o rosário. Suas cores são o preto e o branco. Sua saudação é: Adorei as Almas. Seu dia na semana é a Segunda-feira. Sua comemoração é no dia 13/05.
Boiadeiros: Eles tem como principais funções recolher espíritos obsessores, quiumbas, e também atuar na limpeza energética nos terreiros. Essas entidades de linha intermediária trabalham no auxílio de consulentes. São associados aos homens que trabalharam, sobretudo, na condução de gado, tais como peões, laçadores, vaqueiros e tocadores de gado nos Séculos XVIII e XIX. No mundo astral esses espíritos escolheram atuar na Umbanda, utilizando esse arquétipo do homem do campo. Os boiadeiros não são de falar muito, porém são bondosos, justos e muito corajosos. São os guardiões da harmonia entre a natureza e o ser humano. Seus símbolos são o laço e o berrante. Suas cores são o azul escuro e amarelo e o marrom e roxo. Sua saudação é: Getruá Seu Boiadeiro. Seu dia na semana é a Terça-feira. Sua comemoração é no dia 02/07.
Malandros: Os Malandros na Umbanda são espíritos que representam a malandragem, a astúcia e a habilidade para enfrentar os desafios da vida. São frequentemente associados à figura do malandro brasileiro. São espertos, protetores, habilidosos em lidar com situações difíceis. Seus símbolos são o baralho, o dado, a navalha. Suas cores são vermelho e branco, verde e branco, azul e branco, preto e branco, marrom e branco, etc. Sua saudação é: Salve a Maladragem. Sua comemoração é no dia 07/07.
Ciganos: As entidades ciganas na Umbanda têm suas raízes nas tradições ciganas, conhecidas por sua conexão com a natureza, espiritualidade e adivinhação. Seus fundamentos são simples, não possuindo assentamentos ou ferramentas para centralização da força espiritual. São cultuados com taças com vinho ou água, doces finos e frutas solares. Trabalham também com as energias do Oriente, cristais, incensos, pedras energéticas, cores, os quatro sagrados elementos da natureza e se utilizam exclusivamente de magia branca natural, além de banhos e chás elaborados exclusivamente com ervas. Santa Sara Kali é sua orientadora para o bom andamento das missões espirituais.
Os ciganos, em geral, têm seus rituais específicos e cultuam muito a natureza, os astros e ancestrais. Na Umbanda, atuam visando o progresso financeiro e resolver causas amorosas. As incorporações acontecem geralmente em linha própria, mas nada impede que eles possam a vir trabalhar na linha de Exu. Sua comemoração é no dia 24/05.